Menina Izildinha

Cristiane Lemos
2 min readMay 23, 2024

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Ainda sobre a visitação ao cemitério de São Paulo, descobri que por toda parte, a história carrega exceções. Nem todos ali, haviam vivido e morrido na cidade de São Paulo. Ou mesmo, em nenhum outro Estado do Brasil. Apenas seus restos mortais chegaram até ali.

Este é o caso da menina Izildinha. Que nasceu e faleceu em Portugal, em 24 de maio de 1911, com apenas treze anos. Mas teve os restos mortais, transferidos, a pedido do irmão, o comendador Antônio Carlos Ribeiro, que vivia em terras brasileiras, justamente para o cemitério São Paulo.

Poderia ser algo banal. Não fosse pelo fato, da transferência ter ocorrido na década de cinquenta, anos após seu falecimento e ter sido constatada na exumação, que seu corpo, assim como a roupa que usava e até mesmo as flores no caixão, estavam intactas.

Como era de se imaginar, este foi o túmulo que mais despertou a atenção de todos, até mesmo dos mais céticos alunos. Logo, estava uma rodinha em torno da professora, ouvindo com atenção detalhes da história. E algumas perguntas curiosas também começaram a surgir.

Dizem que em uma turbulência não existem ateus, e nós, brasileiros, parecemos ter uma predisposição natural, de nos agarramos a qualquer coisa externa, que prometa operar milagres.

A menina Izildinha, alheia a tudo isso, no seu descanso eterno ou seja lá o que vem depois da morte, vai da crença de cada um, possui uma legião de fiéis que constatam através de seus relatos e provas que julgam verdadeiras, tudo que transformaram em suas vidas, através de uma oração feita para ela, que apesar de ainda não ter sido canonizada, possui, pelo menos por aqui, em nossas terras, o status de Santa.

Apenas a sua sepultura permanece no cemitério de São Paulo, pois seus restos mortais, atualmente estão na cidade de Monte Alto, em um mausoléu construído para ela, que recebe mensalmente, cerca de 700 visitantes.

Em um momento de descontração, a professora convidou a quem quisesse, fazer um pedido para a menina. Mal não faria. E eu, sem titubear, fiz mentalmente o meu pedido.

Já em casa, uma breve pesquisa no Google, constatei que o fenômeno ocorrido, é explicado pela ciência, e até comum de acontecer. E no fundo, senti uma grande decepção. É porque eu não sei ao certo se realmente só temos uma vida. Mas cada dia mais, eu receio que sim.

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